terça-feira, 19 de agosto de 2014

E lá se vai 1 ano... (Papo de Mãe)

Depois de uma total falta de tempo – característica primordial das mães – enfim criei vergonha na cara e resolvi terminar o post sobre o primeiro ano de vida do meu loirinho fogueta.

Há um ano dei entrada na maternidade para parir meu Henrique. Marinheira de primeira viagem, cheguei num misto de serenidade, ansiedade e felicidade. Medo não. O medo veio depois, quando entrei na sala de parto e tomei a peridural. Não é que tenha doído (na hora, nada doeu). Mas e o pavor de que comigo, justo comigo, acontecesse um piripaque e eu tivesse alergia do troço? E se eu tivesse uma hemorragia e ninguém conseguisse estancar? Aí vêm aqueles pensamentos que sempre aparecem na hora que você precisa se manter mais calma...Deus, vou morrer! Deus, se eu morrer protege meu filhinho e que o pai dele saiba cuidar dele. Pensando bem, não me deixa morrer não! Agora que cheguei até aqui, quero pelo menos ver a cara do moleque!

E eu sobrevivi. E vi a cara do moleque. Vou te falar: não tem nada mais emocionante nesse mundo. Pode parecer que é conversa de mãe, mas é a mais pura verdade. Sim, eles têm cara de joelho quando nascem. Mas o que importa? É o seu joelhinho, todo inchadinho, meio cara de bolacha, mas é seu. Todo encolhidinho, sua vontade é proteger o bichinho no colo e não deixar ninguém chegar perto. Nem pra ver. Fazer que nem a Galinha Pintadinha: deixar o filhotinho encorujadinho debaixo da asa até ele completar 5 anos.

Só que você ta um bagaço por conta da cirurgia, toda doída e ainda grogue da anestesia. Chega a enfermeira, lhe surrupia o filho amado, diz que vai pesar, dar banho, fazer os exames...você deixa porque não tem noção de como se faz isso e porque os zóinho tão fechando sozinhos de tanto sono (os seus, não os do bebê).

Beleza. Vou dormir e amanhã tô novinha em folha pra cuidar do meu pequeno – você pensa. HAHAHAHA. Chorinho se aproximando, é a enfermeira com o pacotinho pra lhe entregar de novo. Pô! Como assim? Eu acabei de fechar os olhos, você não ta vendo que eu sou uma pessoa recém-operada? Eu preciso descansaaar!!  

Quanta ingenuidade...mal sabia eu (ou melhor, sabia sim, mas não imaginava que já ia começar na maternidade) que o destino das mães é passar as madrugadas acordadas, mesmo que isso signifique dar uns encontrões com a parede porque os olhos teimaram em fechar enquanto você se levantava pra 256ª mamada noturna.

No meu caso, essas mamadas foram sofridas. Queria muito amamentar, mas o leite não descia. Lembro da enfermeira pondo o Henrique no meu colo e dando a palavra de ordem: “agora mama!” Oi? Tô vendo leite nenhum aqui não, moça (e eu que achava que o negócio ia jorrar de forma automática que nem vaca sendo ordenhada. Definitivamente, não fui uma vaca.) E vai aquela trupe tentando ensinar mãe e filho, no meio da madrugada, a dar suas primeiras sugadas. O coitadinho bem que tentava, mas estava literalmente tentando tirar leite de pedra.

Meu leite demorou uns dias pra descer, eu fiquei desesperada, mas no fim deu certo. À base de muita paciência e truques e crises de choro (minhas e dele), consegui amamentar o pequeno até os 7 meses. Depois secou mesmo. Zéfiní.

Mas tem uma coisa que preciso comentar. Porque até hoje ainda rio da minha falta de noção de recém-mãe. A primeira troca de fralda.

Foi ainda na maternidade. Até o segundo dia, acho que por causa da minha cesárea, eram as enfermeiras que trocavam o pequeno. Ele aparecia limpinho pra mim, tava tudo certo. Até que uma hora a co-coisa aconteceu. E veio preta, que nem graxa de sapato, aquele negócio chamado mecônio. Percebi o drama e não tive dúvida: marido, vai lá chamar a enfermeira para limpá-lo. Ficamos lá aguardando.

5 minutos. 15 minutos. Nada de enfermeira. O bichinho lá na cama, com aquele piche esparramado no bumbum, eu olhando pra ele, ele olhando pra mim. Comecei a ficar nervosa, a xingar a enfermeira que não vinha, pensei seriamente em fechar a fralda de novo e fingir que não tinha visto nada. Até que não agüentei e fui à recepção perguntar que raios tava acontecendo que ninguém tomava providência!! Alguém tem que trocar essa criança, pô! Cadê a mãe desse menino??

Epa...aí a fica caiu. A mãe era eu. Eu mesma que ia ter que trocar. Em minha defesa, tenho que alegar que não tinha material na mão pra fazer a troca. Algo que logo foi providenciado. E então fiz minha primeira troca, que demorou cerca de vinte minutos, e nessa hora me dei conta que ia ter muita coisa pra aprender na marra dali em diante.

E assim foi. Completados 1 ano e 1 mês desde esse dia inesquecível em minha vida, Henrique já aprendeu a comer, a sentar, engatinhar, já foi pra escolinha, fala um “mamã” que quase derrete meu coração e está ensaiando para dar os primeiros passinhos. Tem cara de moleque, sabe fazer suas birrinhas, mas sabe também me dar um abraço que eu sinto que vou explodir de tanto amor e não tenho mais vontade de largar.

É piegas e clichê falar isso, mas não há amor maior no mundo. Em 1 ano descobri que o ser mais importante de minha vida, a razão da minha existência, tem 80 cm, baba, é meio banguelinha e pançudo e capaz de me arrancar lágrimas de emoção, de amor, de aflição. E eu que achava que isso era papo de mãe...e é mesmo!! Mãe fica tudo maluquinha pelas suas crias, e eu não sou exceção.

Filho, te amo pra sempre!! Louvado seja Deus pela sua existência em nossas vidas!! Que venham muitos aniversários mais! Amém!

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