E aí chega a noite. E, com ela, minha ansiedade master.
Não, não tenho mais medo do escuro. Meu medo agora é outro.
O pituquinho tem dia que simplesmente resolve que não quer dormir (praticamente
todos os dias). Mas não é só isso...ele não quer dormir e resolve que à noite é
hora de fanfarra. Berreiro. Choradeira que tenho certeza que o vizinho pensa
que sou daquelas mães que beliscam o filho e tranca ele no quarto escuro
chorando sozinho.
Negócioseguinte: já sei dessas regrinhas todas de rotina.
Sigo todas. Chegou da escolinha é papá, banho e, como ele ta pingando de sono
já bem cedo – porque gastou muita energia na creche – 8 horas é já pra cama.
Não é falta de sono, não tô forçando o moleque a dormir. Essa é a hora que ele
capota mesmo. Mas, antes de capotar, a fanfarra. E durante a noite também.
Essa é uma das partes
mais difíceis da maternidade pra mim. Não me importo de acordar uma vez ou
outra, de dar um mamazinho básico da madrugada, de mostrar que tô ali. O
negócio é fazer isso até 6 vezes por noite, cansadérrima, bêbada de sono e
tendo que trampar no dia seguinte bem cedinho. Há 11 meses.
Henrique nunca foi lá um bebê de dormir muito. No começo
acordava a cada 2 horas pra mamar no peito e eu acho até normal. Beleza. O
problema é que na hora de por no berço o alarme disparava e eu, na minha
inexperiência de mãe de primeira viagem, pegava outra vez no colo e dá-lhe
peito de novo. Resultado: ele dormia no colo que era uma maravilha. Eu dormia
pescando na cadeira de amamentação (bendita almofadinha que não deixava o
moleque cair do meu braço).
Minha esperança era que, indo embora os famigerados 3 meses,
fossem com eles também as noites de insônia. Ra. Rararara. Sabe de nada,
inocente! O negócio foi se agravando e eu era daquelas mães que já chegaram a
dar voltinha de carro pra por pra dormir, segurar o xixi de noite pra não ter
que abrir a porta e fazer barulho, e pisar na ponta do pé (e tacar o dedinho na
quina da cama no escuro).
Depois minha esperança passou a ser que quando ele começasse
a se alimentar de coisas sólidas o sono viesse firme e forte. Mas as únicas
coisas que vieram mais firmes foram as bolotinhas nas fraldas. Nada de sono.
A partir daí tentei de tudo. Chá de camomila no banho. Chá
de camomila pra beber. Sabonete relaxante. Musiquinha calma. Mozart. Massagem
com óleo. Por o bercinho no meu quarto. Voltar com o bercinho pro quarto dele
porque não deu certo. Mentalização. Banho de sal grosso (é verdade). Rezar pro
Anjo da Guarda. Promessa. Hoje mesmo é o 3º dia da Novena que tô fazendo pra
Santa Terezinha pedindo um help. Vamu na fé.
No entanto, tô vendo uma luzinha no fim do túnel: há alguns
dias, depois que voltei o bercinho pro quarto dele, o pequeno insone ta
acordando bem menos e voltando a dormir mais rápido depois que acorda. Pra
ajudar no processo, fiz um balagandã de papel alumínio pra ele lembrar de mim e
deixo o Fofão – o cachorrinho de pelúcia que ele ama - do lado dele no berço.
Ponto pro time das mães!
Henrique parece que ta curtindo a ideia e vem acordando de
melhor humor. E eu também.
Os vizinhos agradecem e rezam junto.